segunda-feira, 7 de maio de 2007

Viagem ao interior de mim

Acompanhem-me nesta viagem ao interior de mim, onde vamos essencialmente descobrir os podres que de mim fazem parte, e procurar eventuais soluções junto das poucas virtudes que me compõem.

Começamos pela preguiça. Desde pequeno fui muito preguiçoso menos para fazer asneiras. Não era preguiçoso para ir buscar de comer também. Para tudo o resto, preguiçoso todos os dias. Estudos então nem se fala, eram simplesmente o ponto onde este problema era mais crítico. Quase todos os motivos serviam para evitar todas as actividades relacionadas com o estudo e seus derivados. Como se sabe, à bem pouco tempo passei um mau bocado em relação a isso. Chegou o final do primeiro semestre na universidade e os resultados da preguiça revelaram-se. Desde então tenho tentado trabalhar no assunto mas não me parece que o resultado vá ser muito melhor. Isto é, começo a ver alguns resultados de algumas disciplinas, e muito sinceramente, estão muitíssimo longe das expectativas que existiam imediatamente após o final do teste. Em alguns casos incompreensivelmente longe do esperado. Portanto não sei até que ponto consegui efectivamente evoluir nesta matéria.

Depois, sou fraco. Dois ou três problemazitos já me fazem balouçar perdidamente, não sabendo onde está o chão onde me assentar para os resolver. Conclusão, surgem frases mal ditas, atitudes incompreensiveis, faltas de concentração, no fundo, muitos erros devido a uma fraqueza brutal. Não é complicado lidar com problemas mas apenas é ligeiramente complicado manter a cabeça fria para se poder olhar para tudo da forma certa e não dramatizada.

Também me julgava muito maturo, ou seja, nunca tinha sido tão ingénuo. Achava eu que tomava decisões acertadas, parecia-me tudo tão bem que afinal o óbvio tinha-me passado ao lado. À custa dessa minha estupidez, fiz muita gente passar um bocado mal. Desde os meus pais que sei que estiveram com a situação muito complicada devido à falta de dinheiro, até à minha namorada que teve de sofrer os horrores de um amor a distância. Não falo do meu sofrimento em nenhum dos casos porque simplesmente é merecido, e não uma consequência. Todos os outros não tiveram culpa da decisão que eu tomei, e à custa dela eu fi-los sofrer.

Sou um namorado que diz asneiras, que importuna, que tem muito pouco juízo, que não tem compreensão, que ignora sinais e que não deveria sequer ser intitulado de namorado. Eu amo-a e muito, mas sinto que não lhe dou tudo o que ela merece, que fico muito aquém das expectativas, que falho demasiadas vezes.

O meu sofrimento aumenta, a minha moral desce, as minhas convicções em decisões começam a cair por terra, o abismo parece não ter fim. Sinto que caio cada vez mais num poço de justiça. Pago agora por todas as coisas que fiz, que não fiz, e continuo a cair. Até bater no fundo, não me vou endireitar completamente, não vou ser um namorado que ela merece, não vou ser um estudante minimamente bom, não vou ser uma pessoa capaz, vou ser nada de jeito.

Só quero chegar ao fundo o mais rápido possível para começar novamente a subir. Só espero que a primeira metade da viagem acabe..............

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